Nome: Agents Of Mayhem
Lançamento: 2017
Desenvolvedoras: Volition
Distribuidora: Deep Silver
Gênero: Ação
Plataformas: Xbox One, Playstation 4, PC
História
A história acompanha a agência MAYHEM, que é comandada pela autoritária (mas bem intencionada) Persephone Brimstone. MAYHEM se trata de uma organização formada por homens e mulheres de diversas partes do mundo, cheios de peculiaridades que se destacam como exímios combatentes. Todos com algum acontecimento que os marcaram na conhecida como "Noite Demoníaca", em que aconteceram ataques globais comandados pela maléfica LEGION. Com suas perdas particulares, Persephone se aproveita para motivá-los a se juntarem à sua causa para combater a LEGION, que deseja dominar o mundo comandada pelo megalomaníaco Dr. Babylon e chefiada pelo misterioso Morningstar.
Entre os agentes da MAYHEM estão o ator garanhão Hollywood, o marinheiro porradeiro Hardtack, a brasileirinha (com sotaque hispânico) nerd Fortune, a patinadora foderosa Daisy, o gelado de sangue quente Yeti, a carniceira Braddock, o hooligan alemão Red Card, a sábia arqueira Rama, a perua tecnológica Joule, o assassino da Yakuza Oni, a ninja mística Sheherazade e o gangsta de Stillwater Kingpin. Todos eles, em união com Persephone Brimstone, têm com o comum objetivo de salvar o mundo dizimando de Seul e do restante do planeta a sinistra organização LEGION e seus maléficos vilões.
MAYHEM Vs. LEGION |
Análise
Que está cheio de games de mundo aberto, todos nós sabemos. O que começou com GTA, passou a ser quase uma regra em jogos AAA na atualidade. Mas passei a me enjoar de GTA e seus roteiros hollywoodianos sobre crime e dramas pessoais. Eu era muito fã do Vice City, que tinha aquela pegada anos 80. Mas no mais eu nem via muita diferença entre os demais games da franquia. Tempos depois apareceu Gun e Red Dead Redemption, que apesar de não chegar a jogar pra valer me atraem bastante pela temática Western. Além de jogos de máfia, como L.A. Noire e o próprio Mafia, mas que pra mim não chegam aos pés da adaptação do clássico "O Poderoso Chefão". Só que isso começou a ser um padrão demais. E cada vez mais realistas, com menos cara de jogos. Um realismo que às vezes eu acho chato.
Mas indo contra a maré do GTA, surgiu um game que bateu de frente por ser no mesmo estilo, mas que com o tempo passou a ter uma identidade própria por não se levar a sério. Se trata de Saints Row, game de mundo aberto que conseguiu se diferenciar de GTA. Enquanto GTA é digno de uma produção hollywoodiana, Saints Row beira um absurdo totalmente sem noção. Com inimigos que vão de gangues de gangstas, samurais, hackers e luchadores até zombis, aliens e demônios. Além das infinitas opções de customização, fazendo com que você deixe o jogo com a sua cara. Enfim, desde Saints Row 2 eu passei a nem sequer ter interesse por GTA. E foi assim que me tornei um fã da franquia. E é aí que entra Agents Of Mayhem, que é um sucessor espiritual do meu querido Saints Row.
Bota o óculos porque vai explodir (WTF?) |
Agents Of Mayhem se trata de um Saints Row misturado com G.I. Joe em que você joga com trios de agentes entre 12 selecionáveis (e mais três que são DLCs). Sendo assim, o jogo não tem as inúmeras opções de customização de Saints Row. Mas ainda assim, dá bastante liberdade no gameplay como um todo ao ponto de nem sentir tanta falta das customizações. Os agentes têm a base chamada de ARK que é à parte do mapa de Seul. Nela você adquire tecnologias tanto da MAYHEM quanto da LEGION para incrementar as habilidades dos agentes com projetos e artefatos coletados durante a gameplay e missões explorando a cidade. Além de comprar melhorias para a base que beneficiam com benefícios que vão desde o custo de uso de recursos tecnológicos até facilidade na detecção de itens coletáveis. Além de poder escolher veículos, visuais (que são bem variáveis, apesar de não customizáveis) e poder conhecer detalhes pessoais dos agentes para ser ter uma profundidade maior sobre suas biografias e afinidades.
O roteiro é muito rico em referências da cultura Pop dos anos 80 e até atual, bem engraçado e cativante apesar de simples. Dei muita risada durante os diálogos e situações no gameplay. Resumindo, o game é tão pirado quanto Saints Row. Basicamente, são os heróis fodões conta os bandidos malvadões. Os gráficos são muito bonitos, apesar de não representar tão bem a geração atual. Mas digamos que isso nem é um problema pro estilo cartunizado, até porque eu pago muito pau pra esse estilo. O game tem algumas cutscenes, mas dá mais destaque para as CGs em formato de desenho animado anos 90. A introdução do game lembra bastante aquele desenho dos X-Men, na parte dos mocinhos e os bandidos indo de encontro na porrada. A trilha sonora é muito boa, só pecando por não ter estações de rádio dentro dos veículos. Mas apesar disso, cada veículo tem sua trilha. Todo o game tem composições próprias, inclusive com direito a música tema dando um show de nostalgia fazendo lembrar daquelas animações americanas estilo Tartarugas Ninja, He-Man e ThunderCats.
Daisy entrando na caranga com atitude |
Falando nos agentes, cada agente tem suas peculiaridades que os tornam únicos em seu gameplay. Tanto é que o jogo pode ser tanto um shooter, um stealth e até mesmo um um hack’n’slash dependendo dos agentes que escolhemos para o trio. Assim como podemos evoluir a base ARK, também evoluímos os personagens com habilidades adquiridas nas coletas e com pontos ao ganhar nível (que vai até o 20 tanto pra base quanto para os agentes). Cada agente possui uma habilidade “mayhem”, que funciona como um especial em que os personagens causam um verdadeiro caos no cenário por um determinado tempo, fazendo estragos pra todo o lado. Exemplo: a câmera foca no agente Hollywood, que faz pose de galã canastrão e coloca seus óculos escuros no maior estilo “Duke Nukem”, e pra finalizar diz algo tipo “que toque a música de ação” e assim tudo explode a sua volta atordoando os alvos enquanto você toca o puteiro em todo o ambiente com uma trilha sonora épica. Mas mesmo sem a habilidade Mayhem, os estragos que fizemos pelo cenário durantes as batalhas são grandes. Porém, por vezes essas explosões pelo cenário causam a queda dos agentes se rolar aquele descuido à queima roupa sobre objetos explosivos.
Por outro lado, os inimigos da LEGION também determinam muito o que usaremos, pois também têm suas particularidades que podem tornar a sua vida bem difícil ao escolher um trio mal diversificado. São hordas nos repetitivos covis da LEGION, e na cidade eles aparecem com força mais extensa quanto mais você os elimina. Os inimigos são bem variados, normais, generais e até golems gigantes. Fora que eles não têm uma IA tão burra como nos jogos Saints Row. O que faz de AOM um game naturalmente mais difícil que seus antecessores espirituais. Os vilões da LEGION são chefões relativamente desafiadores e de variadas formas físicas, alguns com mais de uma. Ao todo são seis chefes, contando com Dr. Babylon. Todos muito caricatos, bastante carismáticos e exigem certas estratégias, não nos dando o luxo de simplesmente dar a cara a tapa atirando loucamente porque certamente morreremos facilmente se fizermos isso. Mas o jogo não é nada frustrante, tendo variados níveis de dificuldade que vão de acordo com o nível médio dos agentes utilizados e do seu progresso como um todo. A jogabilidade é bem gostosa e intuitiva.
Seul pelos olhos de uma brasileira |
A exploração por Seul é bem gostosa de se fazer tanto a pé quanto com veículos. Corremos, escalamos, damos pulos triplos, dash, roubamos veículos. Além de usarmos os veículos especiais Mayhem os chamando direto para a gente bem no estilo batmóvel de Batman: Arkham Knight. Sempre com uma entrada triunfal se jogando com um teleporte cheio de estilo para dentro da caranga. Já em Seul, nos deparamos com um mapa extenso. Acredito que não seja grande como Stillwater (cidade de Saints Row: The 3rd e IV). Mas em compensação ele é tão bonito quanto, pois é uma Seul mais futurista. Porém, a cidade não é tão viva. A movimentação de veículos e NPCs não é tão ativa como em Saints Row. Mas os existentes são bem variados e têm diversos comportamentos e reações de acordo com as ações que rolam nas proximidades. O jogo tira muito sarro com a geração atual e sua dependência tecnológica, como pessoas tirando selfie no meio da rua. Ou então fazendo referências a virais da internet, dançando “Gangnam Style” (afinal, estamos em Seul) e entre outras bizarrices.
O jogo se divide em missões principais, side missions com os agentes que escolhemos para os trios. Mas há também as Global Missions, para utilizar aqueles agentes inativos em nossos trios para completar pequenas missões "no automático" mundo a fora, não os deixando no vácuo. No fim, mesmo com muito conteúdo o jogo não faz ponto sem nó e acaba aproveitando tudo o que é proporcionado. E como visto, o game também não nos poupa de referências, que rolam o TEMPO INTEIRO. Desde filmes, séries e desenhos animados dos anos 80-90, até nas diversas skins dos personagens com referências a super heróis da Marvel e DC, e muito mais coisas para os manjadores de plantão. Tudo muito encaixado nas características dos personagens, não fazendo ficar non sense, apesar de ao mesmo tempo ser. Não esquecendo também dos elementos presentes para os fãs de Saints Row. Figuras conhecidas como Kinzie, Pierce e Johnny Gat (é claro) estão presentes como agentes selecionáveis no game. E como um bom sucessor, o logo da flor de lis dos Saints não poderia ficar de fora no símbolo da MAYHEM. O que faz de Agents Of Mayhem um jogo indispensável para os fãs de Saints Row.
Trailer